sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O Aperto de mão

O uso de novas tecnologias é hoje uma expressão banal.

Por vezes parece que ainda não nos habituamos ao facto do recurso à tecnologia fazer parte do nosso quotidiano, como a escrita, a emoção e a alimentação.

Assim, a notícia não é o uso de tecnologia, mas a recusa em aceitá-la e usá-la convenientemente.
A obrigação é estar atento. O desafio é saber extorquir dos equipamentos, programas, gadgets, ou acessórios as respectivas potencialidades.
Se um dos mitos urbanos actuais é que apenas usamos um décimo do cérebro, então dos novos equipamentos nem um centésimo devemos utilizar. Aliás, mal nos habituamos ao on-off de um, já este foi substituído por outro ou sofreu no overnight, um upgrade qualquer.

Na política internacional o desafio é o mesmo. Apesar do baixo preço das viagens aéreas que faz concorrência com o acesso às novas tecnologias, o seu uso aumenta exponencialmente para trocar informação, contactar pessoas, acertar contactos e até conhecer melhor as situações e os seus protagonistas.

Significa isto a realização de menos reuniões internacionais inconsequentes? Não.
A tecnologia não substitui o contacto humano, a pessoalidade, a emoção ou o sentimento.
A política é feita de pessoas, com pessoas e seguramente para as pessoas.

A tecnologia – mesmo usada exponencialmente em todo o seu esplendor – promove a informação e o conhecimento. Alarga os horizontes e desenvolve a ciência.
Potencia a investigação, as descobertas e a partilha das mesmas.

Mas lá fora, como aqui dentro, nada substitui as pessoas e o aperto de mão.





António Rodrigues

Advogado de profissão. Deputado de função. E Vice-Presidente da bancada do PSD na Assembleia da República responsável pela área dos Assuntos Europeus e Negócios Estrangeiros. Mestre em cooperação e Desenvolvimento internacional. Professor Universitário entre 1983 e 2008. Exerceu funções de gestão e consultoria internacional em missões do Banco Mundial e da UE. Autarca entre 1985 e 2013.

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